Minha aspiração, quando comecei a desenvolver software, era utilizar minhas habilidades técnicas, de maneira plena, para criar valor. Quando comecei atuar como arquiteto, meu desejo era utilizar meus interesses técnicos sobre design de software para produzir ainda mais impacto.
Eu realmente gosto de engajar em discussões sobre como selecionar e adotar a tecnologia certa, do jeito certo, criando sistemas modulares, bem estruturados e fáceis de manter. Entretanto, tenho de reconhecer que os aspectos técnicos são apenas uma parte pequena do “desafio” da prática arquitetural.
Projetar software implica em resolver problemas técnicos, sim. Porém, fazer isso considerando aspectos contextuais, seja da organização que desenvolve, seja das características do domínio.
É crucial que arquitetos entendam a importância de comunicar e influenciar pessoas, de diferentes níveis na hierarquia, dentro e fora dos times que estão “colocando as mãos na massa”. Aliás, é incrível, dado a relevância, como há poucos recursos para desenvolvimento de arquitetos em essential skills.
Minha tentativa, ao escrever esse livro, é preencher o gap de considerações para aspectos não técnicos, sem deixar de lado a profundidade de discussões técnicas. De muitas formas, fujo das respostas simples e receitas fáceis, sempre me baseando na experiência acumulada em anos desenvolvendo ou apoiando o desenvolvimento de soluções de classe mundial.
As oportunidades são enormes. Os desafios também. Precisamos ser profissionais e desenvolver profissionais. Precisamos de programadores de verdade, de arquitetos de verdade, com bases sólidas. Os riscos são grandes demais para que sejamos uma classe egocêntrica de “amadores remunerados”.