Quem precisa de um arquiteto de software?

O erro acontece de vários modos, enquanto ser correto é possível apenas de um modo.
Aristóteles

Todo sistema de software possui uma arquitetura. Entretanto, ela nem sempre é planejada, tampouco idealizada por alguém que responde, pelo menos oficialmente, como arquiteto.

Gregory Hohpe ensina que há pelo menos quatro configurações possíveis para a atividade de arquitetura.

O arquiteto como “Ditador Benevolente”

Nessa configuração, cabe ao arquiteto definir o que precisa ser feito e ao time executar o que o arquiteto definir.

Embora aparentemente na contramão de estruturas modernas e ágeis, esta configuração pode ser necessária em times onde produzir o consenso é difícil. Geralmente, tais cenários são resultantes do excesso ou da falta absoluta da pressão por resultados. Ou ainda, por falta de equilíbrio de senioridade.
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No médio-longo prazo, times com uma cabeça, a do “ditador benevolente”, e diversos braços, o restante do time, são insustentáveis por promover comportamento medíocre.

Arquiteto como “membro do time”

Nessa configuração, o arquiteto assume a posição de orquestrador para as decisões mais importantes. Ele explicita e consolida opções com o time verificando sempre o atendimento dos objetivos do negócio, respeito a restrições e atendimento dos atributos de qualidade.

Geralmente, nessas configurações, há equilíbrio perceptível de senioridade na maior parte do time. As decisões nem sempre são tomadas rapidamente, mas, são sempre mais seguras.
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O maior risco, nessa configuração, é que o arquiteto passe a executar outras atividades, como escrever código, em demasia, deixando de cumprir seu papel primário.
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Arquitetura sem arquitetos

Nessa configuração, as atividades de arquitetura são diluídas entre os diversos membros do time, que assumem responsabilidade compartilhada pelos resultados.

Esse tipo de configuração só é possível em times com senioridade extremamente elevada, onde há consciência da natureza e da importância das atividades arquiteturais.

O maior risco, nessa configuração, é que o time negligencie aspectos como comunicação eficaz com outros stakeholders, migrando para outra configuração, “implícita” onde práticas arquiteturais simplesmente não são executadas.
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Arquitetura “implícita”

Nessa configuração, as atividades de arquitetura simplesmente não são executadas e a mesma “emerge organicamente” durante o processo de desenvolvimento. É comum em times alegadamente ágeis que acham práticas arquiteturais desnecessárias.

O resultado comum desse tipo de configuração é ver o time “fazendo outra fez” software que já fez no passado. Ou seja, reproduzindo soluções de projetos anteriores para problemas propostos no projeto atual.

Este tipo de configuração costuma ser o “gatilho” para adoção, em algum momento, do modelo com um “ditador benevolente”. Geralmente, quando o projeto sai dos trilhos.
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Qual é o jeito certo?

Não há jeito certo! Mas, com certeza, desenvolver software buscando arquiteturas implícitas é o jeito errado.
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A opção por ter um “ditador benevolente”, como um “igual” no time, ou ter as atividades diluídas depende da senioridade e da orientação do time.

Referências bibliográficas

HOHPE, Gregory. Agile and Architecture: Friend, not Foe. 2020. Disponível em: https://architectelevator.com/transformation/agile_architecture/. Acesso em: 17 ago. 2021.

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anon
anon
3 anos atrás

Esse menu gigante no topo com esse banner também gigante no footer deixa o UX horrível, muito difícil de ler algo desse jeito…

Fundador e CEO da EximiaCo, atua como tech trusted advisor ajudando diversas empresas a gerar mais resultados através da tecnologia.

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