Documentação arquitetural na medida certa

Este capítulo possui uma versão mais recente:

Fazer negócios sem anunciar [ou projetar uma arquitetura sem documentá-la] é como piscar para uma garota no escuro. Você sabe o que está fazendo, mas ninguém mais sabe.
Skelton & Pais
Muitos times qualificados e profissionais experientes são resistentes a ideia de documentar arquitetura de software. A raiz dessa resistência costuma estar em um passado cheio de burocracia exagerada e processos up-front para design. Há também quem faça associação de documentação com “arquitetos de torre de marfim”, que consomem tempo e outros recursos preciosos de projetos elaborando diagramas que ninguém consulta ou mesmo se importa. Entretanto, negar a utilidade de boa documentação arquitetural pode ser um problema grande, principalmente em projetos mais complexos.
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Se  o propósito das práticas de arquitetura de software é aumentar as chances de que os objetivos do negócio sejam atingidos – respeitando restrições e atributos de qualidade – é importante disseminar esses parâmetros, com o mínimo de ambiguidade e subjetividade, durante todo o ciclo de vida do software que, aliás, pode durar décadas começando muito antes da primeira linha de código ser escrita.

Seja por motivos nobres, como aumentar o alinhamento de propósito que autoriza autonomia de atuação, ou tristes, como gerar evidências de trabalho ou de acordos passados, documentação arquitetural exerce papel importante e é útil desde que feita na medida certa e focada para quem a irá utilizar.
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Documentação arquitetural em processos ágeis

Através desse trabalho, passamos a valorizar [..] Software em funcionamento mais que documentação abrangente;

Manifesto Ágil

Os processos ágeis de desenvolvimento de software são uma reação a métodos pesados que eram comuns no passado (com resquícios fortes dentro de muitas empresas ainda hoje, infelizmente).

Por causa de um rigor difícil de justificar hoje em dia, era comum que se consumisse semanas elaborando documentações detalhadas, não apenas em nível arquitetural mas bem “perto do código”, para um esforço de implementação que iria durar apenas dias. A justificativa era uma pretensa garantia de qualidade que nunca se confirmava na prática.
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Felizmente, essa já não é mais a realidade, embora, talvez, hoje pequemos pelo contrário.


Na ânsia de eliminar etapas desnecessárias para o desenvolvimento de sistemas de software, muitos “agilistas” resistem não apenas a documentação arquitetural mas a tudo que esteja relacionado com técnicas para a prática da arquitetura. Importante, entretanto, destacar que essa posição não é universal. Muitos expoentes das práticas ágeis – incluindo Martin Fowler, Robert Martin, Scott Ambler – reconhecem que essa conduta é perigosa.

Os métodos ágeis não se opõem à documentação, apenas à documentação sem valor. Documentos que auxiliam a própria equipe podem ter valor, mas somente se forem mantidos atualizados.

Nygard

Atividades de refatoração para corrigir escolhas ruins de arquitetura são, muitas vezes, caras demais para serem colocadas em prática. Por isso, é importante que decisões razoáveis sejam adotadas cedo e, para que isso aconteça, são necessárias aplicação de algumas técnicas incluindo, acredito, elaboração e manutenção de boa documentação arquitetural. Resistir a práticas arquiteturais, inclusive documentação na medida certa, tem pouco haver com agilidade, mas com teimosia, falta de conhecimento profundo ou imaturidade.
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O que a documentação arquitetural NÃO é

A documentação arquitetural trata das decisões de design com impacto determinante para o atendimento dos objetivos de negócio, respeito a restrições e atributos de qualidade.

Raramente, uma decisão arquitetural, estará associada a uma feature especificamente. Dessa forma “System Engineering Documents” – documentos que detalham propósitos e implicações do desenvolvimento de funcionalidades, muitas vezes, afetando a arquitetura -, embora importantes, não são documentos arquiteturais. 
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Especificações exaustivas de requisitos funcionais ou não funcionais, embora importantes para a elaboração da arquitetura, também não são documentos arquiteturais. Tais documentos, aliás, são inputs para as atividades de arquitetura, mas não são necessariamente formulados, tampouco mantidos, por arquitetos.
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Documentação arquitetural, finalmente, também não é documentação para usuários finais.

Documentação arquitetural e a comunicação

Comunicação é parte fundamental de qualquer atividade relacionada à engenharia de software. Quanto melhor (não necessariamente ampla) a comunicação, maiores as chances de que exista alinhamento de propósito e que autonomia de atuação seja possível. A documentação arquitetural é ferramenta para a comunicação em projetos de sistemas de software.

Comunicação nem sempre é uma coisa boa

Skelton e Pais fazem uma advertência importante:

Se a organização tem uma expectativa de que “todos devem ver todas as mensagens do chat” ou “todos precisam comparecer às massivas reuniões standup” ou “todos precisam estar presentes nas reuniões” para aprovar as decisões, então temos um problema de design da organização. A lei de Conway sugere que este tipo de comunicação muitos-para-muitos tende a produzir sistemas monolíticos, emaranhados, altamente acoplados e interdependentes que não suportam fluxo rápido. Mais comunicação não é necessariamente uma coisa boa.

Os componentes de um software, evidentes em sua arquitetura, interagem e são desenvolvidos por times que também precisam interagir. Ambos, componentes e times, precisam de interfaces qualificadas, sem revelar seus funcionamentos internos, para que comunicação eficiente aconteça.

Arquitetura de software é a divisão prudente de um todo em partes, com relações específicas entre essas partes. Esse particionamento é o que permite que grupos de pessoas – geralmente separados por limites organizacionais, geográficos e até mesmo de fusos horários – trabalhem em conjunto de forma cooperativa e produtiva para resolver um problema muito maior do que qualquer um deles resolve individualmente.

Clements et al.

Documentação arquitetural bem-feita exerce papel importante na comunicação. Há quem defenda que o código, testes, scripts para automação de deploy e gráficos dinâmicos gerados por ferramentas APM são suficientes. Pessoalmente, não concordo com essa visão pois todos esses artefatos, embora fundamentais para a comunicação, revelam apenas o “como” e dificilmente o “porquê” das coisas.
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Mesmo o melhor projeto de arquitetura de um software será inútil se as pessoas não forem capazes de entendê-lo direito, ao longo do tempo, para colocá-lo em prática ou, pior, entendê-lo errado implantando-o incorretamente. A documentação bem-feita da arquitetura registra e explica os “porquês” das decisões e deve facilitar o entendimento do projeto de software, reduzindo chances de  equívocos de entendimento.
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Documentação arquitetural fala sobre a arquitetura hoje, liberando o arquiteto para que ele seja mais produtivo, tirando dúvidas dos envolvidos e, principalmente, fala sobre a arquitetura “amanhã”, quando outras pessoas, fora do time original, forem responsáveis por manter o sistema. Documentação insuficiente ou ruim aumenta as chances de erosão arquitetural!
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(Documentação da) arquitetura de software e a complexidade

Projetos de software têm se tornado maiores e mais complexos com o passar dos anos. Esse aumento da complexidade dos sistemas tem sido compensada, de alguma forma com o surgimento de IDEs inteligentes, compiladores sofisticados, linguagens de programação mais expressivas, frameworks e componentes prontos. A complexidade dos projetos de software também pode ser mitigada pela adoção de práticas eficientes de arquitetura de software.
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Há pelo menos três contribuições notáveis da arquitetura de software para o combate da complexidade:

  1. Divisão do problema – estruturando software em componentes que possam ser mantidos por times pequenos e que, depois, podem ser combinados, formando um sistema maior, a arquitetura autoriza, pelo menos por um tempo, a desenvolver partes de um software sem conhecer detalhes sobre como as outras funcionam. A ênfase passa ser nas interações.
  2. Aproveitamento do conhecimento dos times – facilitando, a partir de componentes pequenos e desacoplados, o reaproveitamento do conhecimento dos desenvolvedores na implementação do projeto (ex: alguém que já implementou um mecanismo de cobrança, terá uma boa ideia de como implementar essa solução). Também crescem as chances de encontrar boas fontes de conhecimento em livros, palestras, descrição de padrões, projetos de código aberto e mais.
  3. Adoção de abstrações – facilitando, ao ignorar detalhes menos significativos, os esforços para desenvolver soluções.

Tanto os critérios utilizados na “divisão do problema” como as abstrações utilizadas para desenvolver soluções se perdem facilmente em detalhes de implementação e ficam melhor representados em boas documentações fora do código.
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Atividades suportadas pela documentação arquitetural

Falar que a documentação ajuda a melhorar a arquitetura e facilita a comunicação é importante, mas um tanto abstrato. Dando “um passo à frente”, ficam evidentes três usos comuns para a documentação:

  1. Educação, seja para novos membros do time, analistas externos ou até mesmo um novo arquiteto.
  2. Alinhamento com stakeholders
  3. Base para a continuidade da construção e análise do software.

Em termos econômicos, a documentação da arquitetura é essencial porque ela reduz o custo total de propriedade do software. Aliás, a medida certa de quanto documentar é determinada pela a capacidade de “código+documentação” custar menos do que “apenas código”. Ou seja, precisa ser mais barato e menos arriscado adicionar features ou fazer ajustes quando há boa documentação arquitetural disponível. 
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O esforço precisa ser compatível com o risco de falha no projeto. Cada projeto enfrenta diferentes riscos e não há uma única forma de fazer de arquitetura de software.

Fairbanks

A utilidade de um documento arquitetural é aquele onde o custo para sua produção é menor do que as economias que este irá gerar em outras atividades, ou ainda, por sua contribuição para mitigação de riscos. Documento é útil se é consultado, em algum momento. Se um documento não for utilizado ativamente, valerá menos do que os bytes comprometidos com ele.
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Em minha atuação como consultor é comum encontrar software, principalmente em empresas menores, sem qualquer tipo de documentação. Por outro lado, também não é incomum, principalmente em empresas maiores, encontrar documentação tão “abstrata” e desatualizada que não resolve dúvida alguma. Há tanta burocracia envolvida que toda informação relevante, quando há, fica escondida atrás de formatos e normas. Muitas vezes, as “dores” que geram a necessidade de consultoria são provenientes da falta de alinhamento do time sob aspectos básicos da arquitetura. Quase sempre, os problemas “se resolvem sozinhos” assim que se inicia o esforço para gerar documentação básica, porém de qualidade.

O que (geralmente) precisa ser documentado

Se a documentação é boa quando o custo de sua elaboração é compensado pela redução de custos em outras atividades ou pela mitigação de riscos, então, sua manutenção precisa custar o mínimo possível. De forma objetiva, a documentação de arquitetura útil para os projetos demanda atualizações menos frequentes.

A documentação arquitetural deve registrar, primeiro, aspectos que vão permanecer verdadeiros por mais tempo. Sem dúvidas, se encaixam nessa característica algum detalhamento das restrições e dos atributos de qualidade.

A documentação arquitetural também precisa dar ênfase na estratégia – padrão coerente para tomada de decisões – que irá autorizar mudanças. Ou seja, que critérios devem ser observados para determinar a necessidade de adicionar, remover ou substituir a implementação dos componentes.

Finalmente, a documentação também deve expor a estrutura atual e suas propriedades. Entretanto, quanto maior for a fragmentação de componentes de um software, por exemplo, em arquiteturas baseadas em microsserviços – extremamente dinâmicos e auto organizados, com estratégias de descoberta sofisticadas – menor será o incentivo para documentar suas interações. Nesses casos, ferramentas que permitam a “captura” da arquitetura-do-momento automaticamente, como, por exemplo, soluções APM são essenciais.

Considerações sobre “Architecture Haiku”

George Fairbanks propôs a ideia do Architecture Haiku – uma descrição de design super concisa de uma página, rápida de construir.

A provocação é colocar um overview da arquitetura em uma única folha de papel A4. Assim, com menos espaços para indecisões ou prolongamentos. Eventualmente, pode não haver espaço para diagramas – o que à primeira vista parece loucura, mas talvez seja muito brilhante!

Com tão pouco espaço, escolher as informações certas a serem incluídas é extremamente importante. Aqui está o que Fairbanks recomenda:

  • breve resumo da solução geral,
  • uma lista de restrições técnicas importantes,
  • resumo de alto nível dos principais requisitos funcionais,
  • lista priorizada de atributos de qualidade,
  • breve explicação das decisões de design, incluindo justificativa e compensações,
  • lista de estilos e padrões arquitetônicos usados,
  • apenas diagramas que adicionem significado além das informações já na página.

Um Haiku pode ser um bom começo para organizações sem prática consolidada de arquitetura.
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Considerações sobre ADRs (Architecture Decision Records)

Uma decisão arquitetural trata sempre de uma escolha de design relacionada a uma característica funcional ou não-funcional  indiscutivelmente relevante, pois, geralmente, tem algumas das seguintes características:

  • afeta os objetivos do negócio ou atributos de qualidade (como performance, disponibilidade, segurança, manutenabilidade, etc.)
  • é difícil de ser desfeita (uma das quatro fontes da complexidade)
  • implica em gastos ou economias consideráveis de tempo ou dinheiro (protip: tempo geralmente é um proxy para dinheiro)
  • demandou, para sua formulação, considerável tempo e esforço do time, geralmente demandando provas de conceito e avaliação de trade-offs.
  • é extremamente complexa podendo não fazer sentido em primeira análise, sem o background necessário.

Decisões arquiteturais são realizadas durante todo o ciclo de vida de um software, com maior frequência em sua concepção e em pontos onde ocorrem mudanças sensíveis na escala ou escopo. Se não forem adequadamente documentadas, podem, no futuro, gerar comportamentos perigosos que coloquem em risco o sistema.

Uma das coisas mais difíceis de rastrear durante a vida de um projeto é a motivação por trás de certas decisões. Uma nova pessoa que está entrando em um projeto pode ficar perplexa, encantada ou enfurecida com alguma decisão passada. Sem compreender a lógica ou as consequências, essa pessoa tem apenas duas opções: aceitar cegamente a decisão ou mudá-la cegamente.

Nygard


Uma prática que tem se tornado comum é documentar as decisões arquiteturais em registros (architectural decision records) em um arquivo de texto curto, mantidos no repositório do projeto, geralmente composto das seguintes seções:

  • Título, curto e expressivo
  • Contexto, descrevendo aspectos técnicos, políticos, sociais e específicos que impactam na decisão, preferencialmente em linguagem neutra.
  • Decisão, expressando, em linguagem ativa, que caminho deve ser seguido.
  • Status, visto que a decisão ainda pode ser uma proposta, estar implementada (aceita), ultrapassada (deprecated) ou revertida (superseded).
  • Consequências, descrevendo o contexto geral resultante da decisão. Devem ser observados aspectos positivos, negativos e neutros.

ADRs é prática recomendada pela Toughtworks em seu famoso radar.

Considerações sobre notações gráficas informais

Muitos documentos arquiteturais incluem diagramas utilizando uma linguagem informal. Isso acontece, acredito, por um misto de preconceito e desconhecimento de linguagens formais como UML e Archimate.

Nesses diagramas, não é incomum, por exemplo, utilizar setas indicando algum tipo de relação entre elementos arquiteturais, não ficado claro, exatamente, que relação é essa.

No exemplo indicado:

  • C1 “chama” C2?
  • Dados de C1 são fornecidos para C2?
  • C1 inicializa C2?
  • C1 manda uma mensagem para C2?
  • C1 é uma especialização de C2?

Apenas por esse breve exemplo é fácil concluir que diagramas construídos notações informais, como o indicado, podem perder um bocado de seu significado ao longo do tempo (muitas vezes, nem tanto tempo assim). Por isso, devem ser utilizados com reservas.

Na corrida pela agilidade, muitas equipes de desenvolvimento de software perderam a capacidade de se comunicar visualmente.

Simon Brown

Considerações sobre a utilização de ferramentas de arquitetura corporativa

Arquitetura corporativa, embora nascida dentro dos departamentos de TI, extrapola setores de tecnologia incluindo temas como gestão de processos, organogramas e mais. Sob muitos aspectos, não é incorreto analisar arquitetura de software como parte da arquitetura corporativa, que é bem mais ampla.
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Ferramentas destinadas ao registro de arquitetura corporativa, se usadas apenas para o registro de artefatos de arquitetura de software acabam sendo, geralmente, soluções “pesadas”. Entretanto, não se pode ignorar que o uso adequado abre possibilidades interessantes como, por exemplo, a realização de consultas no repositório arquitetural respondendo questões como: “Que sistemas seriam afetados por um problema no servidor X?”, “Quais processos de negócio seriam impactados por modificações no software Y”, etc. Até mesmo indicações explícitas das integrações, tema do capítulo anterior, ficariam simplificadas.

Grandes jornadas são mais fáceis com um mapa…

As decisões de design que se relacionam com a arquitetura garantem o atendimento dos objetivos do negócio, respeitando restrições e atingindo atributos de qualidade. Entretanto, para que essas decisões cumpram seu papel, precisam ser rememoradas e compartilhadas com quem se juntar ao time ao longo do tempo. Tudo bem começar um projeto sem um mapa, mas é sempre bom ter um registro do caminho que foi percorrido e dos motivos para cada decisão.

Documentação elaborada na medida certa, de acordo com as complexidades e riscos de um sistema, reduzem o custo total de propriedade, simplificando, acelerando e potencializando as tomadas de decisão.

Não há uma forma certa de fazer documentação de maneira geral, mas, sim uma forma apropriada de fazer documentação para cada projeto. Geralmente, começar com Haiku e ADRs é um primeiro passo sólido na direção certa.
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Não faltam exemplos de empresas, com sistemas sólidos, porém com arquiteturas mal documentadas, que ficam “caros” para migrar para a nuvem por serem “caixinhas de surpresas”, onde desenvolvedores que os mantém são apenas íntimos desconhecidos que os herdaram de profissionais que há tempos não estão mais no time. Continuar sistemas sem os documentar beira a desonestidade.

Nos próximos capítulos, iremos introduzir, aos poucos, outros documentos e artefatos arquiteturais úteis para a maioria dos projetos.

// TODO

Antes de avançar para o próximo capítulo recomendo as seguintes atividades:

  • Relacione quais documentações arquiteturais você está habituado a utilizar.
  • Pondere sobre os “gaps” de informação que precisa enfrentar rotineiramente em seu trabalho. Que informações entende que precisaram estar documentadas?
  • Pondere sobre o quão fácil (ou difícil) é incluir alguém novo no seu time hoje. Como é feita a integração técnica?

Referências bibliográficas

BROWN, Simon. C4 Model. Disponível em: https://c4model.com/. Acesso em: 10 abr. 2021.

CLEMENTS, Paul et alDocumenting Software Architectures: views and beyond. 2. ed. Boston, Ma: Addison Wesley, 2011. (The SEI Series in Software Engineering).

FARBANKS, George. Just Enough Software Architecture: risk-driven approach. Boulder, Co: Marshall & Brainerd, 2010. Terceira Impressão em 2012.

MUNROE, Randall. Future Self. Disponível em: https://xkcd.com/1421/. Acesso em: 15 abr. 2021.

NIGARD, Michael. Documenting Architectural Decisions. 2011. Disponível em: https://cognitect.com/blog/2011/11/15/documenting-architecture-decisions.html. Acesso em: 17 abr. 2021.

ROSANSKI, Nick; WOODS, Eoin. Software Systems Architecture: working with stakeholders using viewpoints and perspectives. 2. ed. Boston, Ma: Addison Wesley, 2012.

KRUCHTEN, Philippe. The “4+1” View Model of Software Architecture. Disponível em: https://www.cs.ubc.ca/~gregor/teaching/papers/4+1view-architecture.pdf. Acesso em: 22 abr. 2021.

SKELTON, Matthew; PAIS, Manuel. Team Topologies: organizing business and technology teams for fast flow. Portland, Or: It Revolution Press, 2019.

TOUGHTWORKS (org.). Lightweight Architecture Decision Records. 2018. Tech Radar. Disponível em: https://www.thoughtworks.com/pt/radar/techniques/lightweight-architecture-decision-records. Acesso em: 17 abr. 2021.

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